sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Cheiro de tinta fresca no ar…

Sabemos que desde 2006 o SS Nomadic, navio auxiliar do Titanic, havia chegado em Belfast, na Irlanda do Norte (Reino Unido) para ser restaurado e preservado, como uma memória do RMS Titanic. Mas só em 2010 é que as prometidas reformas começaram a engatinhar, bem devagarinho…

Só que ultimamente parece que a obra começou a tomar vapor e a dar novas formas ao centenário barco. Tivemos um problema com uma empresa que inicialmente iria reformar ele, e aí você já viu: o Nomadic ficou lá, esperando que alguém reformasse ele. Outra empresa assumiu a reforma dele, desta vez a lendária Harland and Wolff e aí sim podemos acompanhar a gigantesca restauração. Via web, a H & W a cada passo dado, disponibilizava fotos das reformas e de como o navio estava ficando novinho em folha de novo. Muita gente acompanhou, muitas não, mas recentemente surgiram fotos que deixou todos os Titânicos de boca aberta. Trata-se de fotos do pequeno Nomadic com o casco pintado.

Bom pra quem viu, ou pra quem não viu, o RMS Lucas Rubio selecionou as melhores fotografias das reformas que deram um “tapa” no visual do navio que já foi da White Star, que já serviu na guerra, que já foi restaurante e até chegou ficar anos abandonado em um rio e agora se torna o símbolo mais vivo do centenário do naufrágio do Titanic.

O que estamos esperando? Vamos as fotografias! Confira a seguir:

 

Fotos históricas

 

Nomadic const Belfast

 

  

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Bom, aqui são as primeiras fotos do Nomadic. Essas fotos são datadas do princípio do século passado e mostram o pequeno navio em construção, depois ele em um dia de navegação, e, por fim, uma foto bem curiosa, onde o Nomadic parte para levar passageiros até o gigantesco Olympic que está ao fundo da imagem, uma vez que o navio era muito grande pra chegar perto da costa.

 

Anos e anos depois

 

Nomadic II in Paris 

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Depois do nosso pequeno herói ter passado pela White Star Line, depois pela Cunard White Star e depois de ter servido na guerra, ele virou restaurante. Ele ficou ancorado na França, mais precisamente em Paris.

 

Chegada em Belfast

 

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Depois de passar anos largado, um grupo de pessoas interessadas na história do navio, fundaram uma organização em prol da preservação do SS Nomadic, e o levaram para Belfast, para começar as reformas. Ele estava em condições tão drásticas que teve de ser carregado por uma balsa até os estaleiros de restauração. Ele chegou cheio de craca abaixo da linha d’água e com o casco todo avariado, resultado dos anos que ficou largado e das modificações feitas nele para convertê-lo em restaurante. Sua pintura estava desbotada e nem parecia que o navio já foi capaz de flutuar um dia.

 

Os desafios à serem vencidos

 

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Não era só por fora que o navio estava corroído, no interior do navio também era visível que era urgente a necessidade de reformas, pois se continuasse naquela situação, o navio poderia desaparecer em mais alguns anos. O desafio da restauração seria grande, e como! É impossível comparar estas fotos com as mais recentes, que mostram um navio totalmente diferente.

 

Mãos à obra!

 

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As primeiras fotos da reforma divulgadas foram essas. Deram um jeitinho no chapeado do casco e o pintaram, mas estava longe (e ainda está) da reforma acabar, ainda faltava muita coisa. Essas fotos provaram que a restauração começava a acontecer.

 

Reformas estruturais

 

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Essas já são fotos mais recentes, que mostram que o trabalho está avançando cada vez mais e que o Nomadic está ficando prontinho para 2012. Podemos ver que o metal e a estrutura do navio foram recuperados e o mais interessante: observe as vigias do navio, é, isso mesmo, estão novinhas em folha!

 

Cheiro de tinta fresca

 

NOMADIC

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Essas são as duas fotos que causaram mais impacto até agora em toda a reforma do Nomadic. Nelas podemos ver que o lado estibordo do SS Nomadic já recebeu a camada de pintura exterior, de acordo com os padrões das embarcações da White Star Line. Este processo visual pelo qual o Nomadic passa é muito importante para nós Titânicos, que encontramos uma tarefa árdua em admirar o RMS Titanic e sua história, uma vez que oportunidades como essa, de ver a História viva em tempo real, é com certeza, muito raro e emocionante. 

Acredito que não só eu, mas como todos os Titânicos de plantão, gostaríamos de agradecer ao amigo Luiz R. por sempre postar links das fotos que saíam da reforma do Nomadic.

A reforma do navio ainda não acabou e tenho certeza que ainda virão muitas fotos de fazer qualquer admirador desta história sem igual ficar de queixo caído…

Amigos Titânicos, espero que tenham aproveitado a matéria com as fotos da reforma do SS Nomadic e que a admiração por este “pequeno herói” cresça cada vez mais dentro de você!

 

Лукас Рубио

sábado, 5 de novembro de 2011

Edith Rosenbaum Russell

Edith Rosenbaum Russell

1877 - 1975

Edith Russell

 

Edith Rosenbaum Russell nasceu em 12 de junho de 1877 e morreu em 4 de abril de 1975, aos 98 anos.

Ela embarcou no RMS Titanic em 10 de abril de 1912, quando o navio fez a parada em Cherbourg, na França.

Ela escreveu o seguinte bilhete a um secretário que se encontrava em Paris, contando sobre o transatlântico:

“Sr. Shaw:
Este é o barco mais maravilhoso que você pode pensar. Em comprimento, ele atingiria a partir da esquina da Rue de la Paix até a Rue de Rivoli.

Aqui tem tudo que se possa imaginar: piscina, banho turco, ginásio, quadras de squash, cafés, jardins de chá, quartos para fumantes, uma sala maior do que o Salão do Grand Hotel, salas com grandes desenhos, e quartos com camas maiores do que do hotel Paris. É um monstro, e eu não posso dizer que gosto, pois eu me sinto como se eu estivesse em um grande hotel, em vez de em um navio acolhedor: todo mundo é muito rígido e formal. Há centenas de ajuda: os meninos com sininhos, camareiros e camarareias, garçons e elevadores. Para dizer a verdade ele é maravilhoso, é inquestionável, mas não tenho o mesmo sentimento acolhedor de outros navios que estive bordo em anos anteriores. Estamos agora saindo de Queenstown. Eu simplesmente odeio sair de Paris e será muito alegre e contente quando eu estiver de volta. Vou descansar muito nesta viagem, mas eu não consigo superar os meus sentimentos de depressão e premonição de problemas.

Como eu gostaria que fosse melhor!
Atenciosamente, Edith”

Antes de viajar, Edith havia tentado inúmeras vezes fazer um seguro de suas muitas bagagens, mas sempre foi convencida de que o Titanic era inafundável, e portanto, um seguro era desnecessário e uma perda de dinheiro.

Quando o navio bateu no iceberg, 4 dias depois de ter partido, Edith pôde ver o gelo passando na vigia de sua cabine. Durante o naufrágio Edith correu até sua cabine de primeira classe e pegou seu porquinho musical, o seu brinquedo favorito, o qual ela não largou nem na hora de embarcar no bote salva vidas Nº11.

 

Porco musical de Edith RussellO porco musical de Edith Russell

 

Quando o filme Titanic, de 1953, estreou, a revista ‘Life’ apresentou uma matéria intitulado de “Revendo memórias dramáticas para um filme” e ela foi fotografa com o vestido que estava vestindo na noite do nafrágio e com seu “porquinho da sorte”. Alguns anos depois da publicação desse artigo, Edith estava cruzando o Atlântico e acabou perdendo sua bagagem, e seu porquinho também, que estava dentro de uma das malas e várias outras lembranças que ela tinha do Titanic.

 

Edith na foto da revista 'Life'Edith na foto que tirou para a revista ‘Life’ com seu porquinho e o vestido que usava na hora do desastre

 

Nos seus últimos anos de vida, Edith viveu em um hotel em Londres, e era uma senhora excêntrica e rabugenta. Ela gastou seus últimos anos de vida processando funcionários e camareiras do hotel, que segundo ela, haviam lhe causado algum mal. Seu quarto era um ambiente imundo e ela não permitia que ninguém fizesse o serviço de limpeza. Edith Rosenbaum morreu em um hospital de Londres, em 1975. Após seu falecimento uma camareira disse a um jornal:

“Edith foi uma velha bruxa que nunca deveria ter cruzado meu caminho”

Em sua vida Edith passou por muitos incidentes. Além do naufrágio do Titanic, Edith sobreviveu a um outro naufrágio, a um acidente de carro e até a um tufão que passou pela região onde Edith morava na época. Edith nunca se casou e nunca teve filhos, e no mundo sobrou apenas dois primos de sua descendência.

Russell quando idosa Edith Russell quando idosa