Mas, o que ocorreu na fatídica noite de 15 de abril de 1912?
Com o prodígio naval condenado, a tripulação segue alguns passos dentre eles: abandonar o navio, embarcando os passageiros nos botes salva vidas (insuficientes até para metade dos passageiros a bordo), enviar sinais de socorro (CQD e SOS) pelo telégrafo aos navios mais perto, para que venham prestar assistência, lançar fogos sinalizadores e contactar, por meio da lâmpada Morse, o navio que está parado no horizonte (provavelmante o Californian). Segue agora uma cronologia, resumida, dos principais fatos da noite trágica de 14 para 15 de abril de 1912 (cronologia por TITANIC MOMENTOS):
0h:15min
O mecânico Ernest Gill que espairece na coberta do Californian, observa as luzes do navio parado. Ele julga que é um vapor alemão de passageiros, em viagem para Nova York. Na Sala Marconi, perplexos, os telegrafistas acabam de ouvir o capitão ordenar pedido de socorro a todos os navios. Os dedos nervosos de Phillips acionam o manipulador. O primeiro a responder é o alemão Frankfurt, do Norddeutscher Lloyd: está na escuta e logo chamará de volta. O La Provence, da Compagnie Generale Transatlantique, e o Mount Temple, da Canadian Pacific, copiam a mensagem, também ouvida na estação Marconi de Cape Race. A bordo, os passageiros circulam como sonâmbulos, e tal atmosfera de irrealidade se adensa quando, por ordem do capitão, o conjunto de Wallace Hartley começa a tocar peças do ragtime na sala de estar da Primeira Classe, entre elas “Alexander’s Ragtime Band” e “Great Big Beautiful Doll”. Mais tarde, vai transferir-se para o convés dos barcos, tocando junto à porta de bombordo da grande escadaria da proa.
0h:17min
Nova mensagem do Titanic a todos os navios
0h:18min
O código de emergência é ouvido pelo Ypiranga, da Hamburg-Amerika Linie. O Frankfurt comunica que se encontra a 283km.
0h:20min
Andrews é um altruísta, não é em vão que, dos oficiais aos carvoeiros, todos os tripulantes o estimam, e sendo o construtor do navio, mais aguda se torna sua angústia. Andrews pede que Etches o acompanhe ao convés C e confira cabine por cabine, avisando que os coletes salva-vidas se encontram na prateleira superior do roupeiro. Etches desce e no caminho vê o comissário McElroy em sua sala, cercado de homens e mulheres. São passageiros da Primeira Classe em busca de jóias e valores em depósito.
0h:25min
No Carpathia, da Cunard, navegando de Nova York para Gibraltar e comandado pelo Capitão Arthur Rostron, o telegrafista Harold Cottam, ainda ignora o que aconteceu com o Titanic, e antes de desligar o aparelho e ir dormir, resolve alertá-lo que copiou mensagens de Cape Race. Nos minutos seguintes outros navios chamarão, mas, à exceção do Mount Temple, a 90km, estão distantes: o Birma, da Russian East Asiatic, 130km, o Virginian, da Allan Line, 315km, e o Baltic, da White Star Line, a 450km. O Titanic apresenta forte inclinação para frente e para bombordo, mas os passageiros, simplesmente, negam o que seus olhos vêem. Se nem Deus consegue afundar este navio, por que um magote de gelo sujo o conseguiria? O Capitão Smith ordena finalmente: todos, sem precipitação, preparem-se para abandonar o navio. Primeiramente, mulheres e crianças. O embarque de estibordo começa a ser coordenado por Murdoch, o de bombordo, por Lightoller.
0h:26min
Boxhall deixa sobre a mesa de Phillips um papel com a nova posição calculada do Titanic.
0h:30min
No convés C, os comissários McElroy e Barker ainda atendem ansiosos passageiros que exigem a devolução do que guardaram. Mais uma vez, o Californian tenta em vão contatar pela lâmpada Morse com o navio parado. No Mount Temple, de Antuérpia para Nova York, o Capitão Moore ordena que o navio, em sua velocidade máxima de 11,5 nós siga na direção do Titanic.
0h:34min
Phillips faz contato com o Olympic, comandado pelo Capitão Haddock, a 926km de distância. O Capitão Haddock desvia o curso, mas para chegar à zona do naufrágio precisa navegar 23 horas. O Carpathia está a 91km de distância. Sua velocidade de cruzeiro é de 14,5 nós. O Capitão Rostron manda imprimir pressão total às caldeiras. A calefação é desligada, para que todo o vapor produzido se destine aos motores, e o velho navio agora avança à velocidade jamais experimentada de 17,5 nós. Contudo, não espera alcançar o Titanic antes das quatro horas da manhã.
0h:40min
Murdoch e Lightoller organizam o embarque na penumbra, sob a supervisão de Wilde. Não é permitido que os homens se aproximem. Os emigrantes compreendem, finalmente, que precisam abandonar as cabines e os pertences: a água avança. Quando começam a subir, encontram as portas dos conveses superiores fechadas e vigiadas por tripulantes que só permitem a passagem das raras mulheres e crianças que se apresentam. Aos homens, é assegurado que está vindo uma embarcação para socorrê-los.
0h:45min
Murdoch, auxiliado por McElroy, Ismay e Pitman, arria de estibordo o Standard 7 com apenas 28 pessoas (16 homens e 12 mulheres = 03 tripulantes e 25 passageiros da Primeira Classe), sob o comando do vigia Hogg. Phillips, por sugestão de Bride, emprega pela primeira vez o novo código SOS. As luzes do navio desconhecido ainda promovem esperanças, e os timoneiros Rowe e Bright, orientados por Boxhall, iniciam o lançamento dos foguetes de sinalização, oito ao todo, com intervalos de aproximadamente cinco minutos. Os foguetes sobem a mais de 24m e explodem em 12 estrelas brancas. No Californian, tripulantes observam foguetes, e o aprendiz de oficial James Gibson, informa o Capitão Lord. Vistos à distância, não se elevam a grande altura e não produzem nenhum som. O capitão conclui que são fogos festivos. Outro tripulante os confunde com estrelas cadentes.
0h:50min
Em seu alojamento, o Capitão Lord comunica-se pelo tubo com o Segundo Oficial Stone, na sala de navegação. Quer saber se o navio iluminado está mais perto. O outro informa que não e acrescenta que o mesmo está lançando foguetes, mas não responde à lâmpada e agora já se afasta. O capitão vai dormir.
0h:52min
O mecânico Gill, no Californian, viu os primeiros foguetes e desconfia de que o navio tem problemas. Como é apenas um trabalhador da casa de máquinas, não lhe corresponde fazer observações marítimas e menos ainda comunicá-las ao capitão, guarda para si a suspeita.
Alguns fotos acontecerá neste intervalo de tempo, como arriamento de botes e diversas tentativas de comunicação com o Titanic, mas resolvi pular, um pouco, e avançar para as partes finais do navio.
2h:00min
A banda toca hinos, toca também Nearer, my God, to thee (Mais perto de ti, Senhor), composição de Sarah Flower Adams em 1841, que Wallace Hartley costuma dizer que reserva para seu funeral. No convés A, Lightoller instrui os subordinados a formarem um círculo com os braços dados, para que apenas mulheres e crianças embarquem no Dobrável D, já pendurado nos turcos do Cúter 2.A banda toca hinos, toca também Nearer, my God, to thee (Mais perto de ti, Senhor), composição de Sarah Flower Adams em 1841, que Wallace Hartley costuma dizer que reserva para seu funeral. No convés A, Lightoller instrui os subordinados a formarem um círculo com os braços dados, para que apenas mulheres e crianças embarquem no Dobrável D, já pendurado nos turcos do Cúter 2.
2h:18min
As luzes do navio piscam uma vez e se apagam. Agora o Titanic é uma ingente massa negra e compacta contra o céu estrelado. Já não o será: com ruídos ensurdecedores, resultantes do deslocamento de toda a tralha de aço arrancada de suas bases, parte-se em dois pedaços, entre a terceira e a quarta chaminés.
2h:20min
Com um rugido monstruoso, a popa começa a mergulhar. As ondas sacodem os botes mais próximos. Aquele prodígio sobre as águas, insígnia da opulência eduardiana, não existe mais, e a deformada carcaça de uma era de esplendor viaja para seu túmulo, num ângulo de 30° e à espantosa velocidade de 75km horários, a 1.600 km da cidade em que Ismay queria aportar na terça-feira.
É o fim do gigante naval Titanic, todo o explendor e luxo está a quase 4 quilômetros de profundidade no Atlântico Norte, nas coordenadas de: 41º 43'35" N, 49º 56'54" W
Em seguida, mais de 1.500 pessoas perecerão no meio do “nada” aguardando um resgate que demorará a chegar. O Oficial Lowe irá percorrer centenas de metros, em meio aos cadáveres, buscando por sobreviventes, encontrará 4 sobreviventes, e não 6 como dito no filme Titanic de 1997. São os 4 sobreviventes, em meio a água:
Harold Phillimore - camareiro - 23 anos
William Hoyt - comerciante - 42 anos ( não resiste e morre no Carpathia )
Fang Lang - marinheiro chinês - 32 anos
e uma quarta pessoa não identificada.
A seguir o RMS Carpathia, da Cunard Line, a empresa “rival” da WSL resgata os sobreviventes.
04h:05min
Um oficial do Carpathia, na proa, percebe no mar uma luz verde.
São os foguetes de Boxhall no Cúter 2. O bote se aproxima vagarosamente.
Começa a clarear o dia.
04h:10min
O navio manobra para facilitar e o Cúter 2 encosta abaixo da portaló de estibordo.
Traz várias crianças. São arriadas escadas. O trabalho de resgate é lento, laborioso, dificultado pelos náufragos: alguns em pranto convulso, outros em estado de choque ou de histeria, além daqueles que se movem com estranhas pausas, calados, sombrios. O bote vazio é pendurado no costado. Em seguida virão os outros, que se distribuem numa área de aproximadamente 8km².
O embarque é demorado e os naufrágos a partir daí estarão marcados pelo resto da vida: são sobreviventes de uma das maiores tragédias marítmas de todos os tempos.
Amigos, este nonagésimo nono ano de naufrágio é para reflexão e fixação de lições de moral muito importantes. Que a história do lendário Titanic permaneça na memória mundial e que todas as gerações da humanidade lembrem que o homem não está acima e no controle da natureza. Minhas sinceras homenagens aos mais de 1.500 passageiros e tripulantes que sofreram há 99 anos atrás…
Dedicado a todos amigos Titânicos.
2 comentários:
Maravilhoso o texto que o Alencar escreveu,e você escolheu as imagens certas para ilustrar este texto maravilhoso,parabéns.
Muito maneiro, mas a cronologia não é do "Crepúsculo da arrogância"?
Parabéns, continua assim. Ah, já ia me esquecendo, quero ver a placa do Guinnes World Records?hehehe
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